Os automóveis elétricos não são todos iguais. Fiquem a conhecê-los

Os automóveis elétricos não são todos iguais. Fiquem a conhecê-los

 Os automóveis elétricos não são todos iguais. Fiquem a conhecê-los

No terceiro episódio do Explicador de Eletrificação da Razão Automóvel, mostramos as vantagens e as desvantagens dos automóveis elétricos.

A eletrificação nos automóveis veio para ficar, mas as dúvidas em torno destas tecnologias, do seu funcionamento e das suas vantagens e desvantagens continuam a ser muitas.

Mas todas essas questões têm resposta na nova série especial da Razão Automóvel: o Explicador da Eletrificação. No primeiro episódio olhámos para as diferenças entre os híbridos convencionais e os mild-hybrid. No segundo episódio os protagonistas foram os híbridos plug-in.

Agora, neste terceiro episódio, as atenções vão recair nos automóveis 100% elétricos e vamos dizer-vos quais as maiores vantagens e desvantagens que podem esperar deste tipo de modelos

Os elétricos não são todos iguais

Existem duas tecnologias disponíveis nos automóveis 100% elétricos: a baterias e a pilha de combustível a hidrogénio (fuel cell).


A mais conhecida e comum é a primeira, como no protagonista do nosso vídeo, o Hyundai IONIQ 5. Neste tipo de solução, o motor ou motores elétricos é combinado com um pack de baterias que lhe permite percorrer várias centenas de quilómetros apenas com uma carga.

Nos elétricos com pilha de combustível a hidrogénio, a eletricidade é gerada pela reação entre o hidrogénio (armazenado num depósito) e o oxigénio (presente no ar) numa pilha de combustível — também chamada de fuel cell —, com as únicas emissões a serem água (resultado da combinação do hidrogénio e oxigénio — H2O).

Em qualquer um destes exemplos, estamos sempre perante automóveis elétricos. A única diferença reside mesmo na forma como os motores são alimentados.

Como se carrega um elétrico?

Existem duas possibilidades para carregar um elétrico: em casa ou na rua, nos chamados postos públicos.

A forma mais cómoda, simples e barata de carregar um elétrico é fazê-lo em casa, seja através de uma tomada doméstica convencional, que por norma não exige qualquer alteração na instalação elétrica das casas, ou através de uma wallbox, que permite velocidades de carregamento superiores.

Em casa, dependendo do serviço de eletricidade contratado, é possível carregar por preços muito inferiores aos que encontramos nos postos de carregamentos públicos, fazendo com que seja possível percorrer 100 quilómetros com apenas dois ou três euros.

A outra opção passa por carregar fora de casa, sendo que para isso é necessário celebrar um contrato com um Comercializador de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica (CEME) para receber um cartão em casa que nos dará acesso à rede pública de postos de carregamentos.


Neste caso, as vantagens não são tão óbvias, uma vez que os preços dos carregamentos são mais elevados. No caso dos carregadores mais rápidos o custo por 100 quilómetros poderá mesmo aproximar-se (ou superar) do custo de colocar combustível num veículo com motor de combustão.

Tudo depende da gestão que se faz dos tempos de carga, do tipo de carregadores que se escolhe e da hora do dia a que se carrega.

E claro, também é preciso ter em conta que nem todos os carros elétricos carregam à mesma velocidade. E por isso mesmo, é preciso ter isso em conta na hora de escolher um posto de carregamento. Por exemplo, se tiverem um elétrico que apenas suporta um máximo de 100 kW em corrente contínua, poderá não fazer sentido (em termos de custo/benefício) carregar num posto de 160 kW.

Quanto mais rápido for o carregamento mais caro vai ficar. Pelo que carregar em casa é mesmo a forma mais cómoda e barata de ter (e usar) um automóvel totalmente elétrico.

Que vantagens fiscais existem para quem compra um elétrico?

Além de oferecerem custos de utilização mais baixos face a modelos equivalentes com motor de combustão interna, os automóveis elétricos têm ainda várias vantagem fiscais associadas.

Em primeiro lugar este tipo de veículos está, por enquanto, isento do pagamento de ISV e IUC, sendo que no caso das empresas o IVA pode ser deduzido na totalidade para todos os elétricos com um valor de aquisição inferior a 62 500 euros + IVA.

No caso das empresas os veículos 100% elétricos têm ainda direito a isenção de tributação autónoma.

Por outro lado, os compradores particulares podem ainda candidatar-se a um incentivo de 4000 euros desde que o custo de aquisição de um elétrico novo seja inferior a 62 500 euros.

Manutenção também tem vantagens

A manutenção dos elétricos é mais simples e barata do que nos carros com motor de combustão interna, tudo porque a «mecânica» é mais simples.

O motor elétrico tem menos componentes móveis e menos componentes de substituição programada — não há correias de distribuição e filtros de óleo e combustível para substituir periodicamente, por exemplo.

Contudo, tal como acontece com qualquer automóvel, um elétrico também precisa de substituir o filtro de habitáculo, os pneus e as pastilhas de travões.

E mesmo aqui existem vantagens: graças à travagem regenerativa os discos e as pastilhas são muito poupados (não são usados tão frequentemente), pelo que tendencialmente têm uma longevidade superior.

Que cuidados devemos ter com um elétrico?

No que aos cuidados diz respeito, a maior preocupação continua a recair sobre as baterias. Mas existem boas práticas que permitem aumentar a longevidade deste componente:

  • Quando um elétrico está parado durante um longo período de tempo, a bateria deve ser carregada a cada três meses de modo a que nunca descarregue por completo;
  • Deve sempre privilegiar-se os carregamentos em postos mais lentos. E antes de colocar o veículo à carga é aconselhável deixar arrefecer um pouco a bateria e os seus componentes, caso tenha acabado de usar o veículo;
  • O ideal é nunca deixar a bateria baixar dos 20% de carga nem carregar acima dos 80%;
  • A exposição a temperaturas extremas também acelera a degradação das baterias. Por isso mesmo, os elétricos devem estar protegidos do calor e do frio.